Neste episódio do Foco Acessível, recebemos Vitor David, product designer especializado em acessibilidade digital e design inclusivo. A conversa começa com sua trajetória pessoal e profissional — da vivência com diversidade em uma escola de música até os desafios de implementar acessibilidade em grandes empresas como Bradesco Seguros, GPA e Hand Talk.
Discutimos como transformar acessibilidade em prática cotidiana dentro das equipes, os desafios culturais enfrentados em ambientes corporativos, e as oportunidades de inovar mesmo com limitações técnicas. Victor compartilha experiências com Design Systems acessíveis, testes com pessoas cegas, e uma análise crítica sobre as heurísticas de usabilidade à luz da neurodiversidade.
Também falamos sobre sua atuação como mentor e fundador da comunidade @JovensUxUi, e como é possível promover inclusão, mesmo sem grandes recursos, a partir de uma rede de apoio entre pessoas.
Um episódio cheio de provocações sobre o papel do design na construção de experiências digitais verdadeiramente acessíveis.
Junte-se a nós nesta conversa inspiradora e informativa sobre o futuro da tecnologia acessível! E não se esqueça de acessar os links e à transcrição desta conversa e nos seguir nas redes sociais: LinkedInInstagramTikTokBluesky E se você tiver alguma sugestão ou feedback, adoraríamos ouvir de você - participe e contribua para tornar o mundo um lugar mais acessível e inclusivo para todos.
Índice do episódio
- 00:00:07 - Introdução
- 00:00:35 - Autodescrição - Wagner
- 00:01:00 - Biografia do convidado
- 00:02:14 - Autodescrição - Victor
- 00:02:46 - Pergunta 1
- 00:04:27 - Pergunta 2
- 00:06:43 - Pergunta 3
- 00:10:43 - Pergunta 4
- 00:12:48 - Pergunta 5
- 00:18:10 - Pergunta 6
- 00:23:39 - Pergunta 7
- 00:28:04 - Pergunta 8
- 00:34:37 - Avisos
- 00:35:00 - Pergunta 9
- 00:39:05 - Pergunta 10
- 00:47:37 - Pergunta 11
- 00:50:38 - Recomendações
- 00:55:08 - Avisos
- 00:55:38 - Pergunta 12
- 00:56:50 - Mensagem final
- 00:58:23 - Enceramento
Links do programa
- Vitor David: site, LinkedIn e Medium
- Comunidade Jovem UX&UI: YouTube, Instagram, LinkedIn da Comunidade e Telegram
- 10 heurísticas de Nielsen aplicadas à neurodiversidade
- Teste de usabilidade remoto com pessoas cegas
- A existência do Design Inclusivo significa que Design exclui
- Por onde continuar em UX / UI em 2025
- Planilha de network Jovens UX&UI em 2025: cadastro e lista de profissionais
- Hand Talk - Lirando inciativas de acessibilidade digital com Victoria Krupp e Vitor David
- Deque University - Web Accessibility
- Liliane Claudia
- Janaina Moreira
- Leonardo Spinola
- Movimento Web para Todos
Wagner Beethoven: Olá todas as pessoas que estão aqui. Vamos começar mais um episódio do Foco acessível. E para quem é novo aqui, o Foco Acessível é um podcast sobre acessibilidade, diversidade e inclusão no mundo da tecnologia. Aí, a cada novo episódio eu trago um profissional ligado ao assunto para compartilhar suas experiências comigo e com você que está ouvindo. Eu sou o Wagner Beethoven e vou conversar com uma pessoa muito especial, o Vitor David. Mas antes de iniciar nossa conversa, vou me autodescrever para tudo que não estou vendo. Eu sou um homem de pele branca e um cabelo castanho penteado para o lado na barba de tamanho médio pelo grisalhos. Estou vestindo uma camisa preta com estampa de caveira e o fundo da parede branca. Você pode acompanhar nossos episódios em vídeo no Spotify e no YouTube e em áudio nas principais plataformas de podcasts e se puder compartilhar o conteúdo com mais pessoas, vai ser muito bacana. Vitor David é Product Designer especializado em UX/UI, com ampla experiência em acessibilidade digital e design inclusivo, possui MBA em Mídias Sociais e MBA em User Experience Design and Beyond na PUC-RS. Com atuação grandes projetos digitais para empresas como Atacadão, Grupo Pão de Açúcar, Vivo, Hand Talk e Bradesco Seguros, liderando iniciativas focadas em acessibilidade, avaliação de produtos e criação de interfaces alinhadas às diretrizes da WCAG e ABNT. É fundador da comunidade "Jovens UX e UI", mentor voluntário na Liga do Movimento Web para Todos e líder do projeto e-book de Design Digital Acessível. Tem o objetivo de capacitar novos designers e promover uma visão holística do design que priorize inovação e inclusão, impactando positivamente diferentes públicos. Vitor, seja muito bem-vindo ao Foco Acessível, muito obrigado pelo seu tempo, muito bacana a gente por aqui. Antes de mais nada, se autodescreva para a nossa audiência.
Vitor David: Olá gente! Boa noite! Muito prazer aqui. Eu sou o Vitor, sou um homem de pele morena, cabelo curto de cor escura, barba curta também de cor escura, usando uma camiseta na cor cinza escuro. Atrás de mim. Aqui, a parede do quarto parede branca com uma porta de madeira no lado e outros quadros, uma de paisagem e outra de um carro. Bom, primeiramente, novamente muito obrigado tá aqui. Muito obrigado pelo convite. É um imenso prazer por estar neste espaço. Aqui passou várias pessoas como referência de acessibilidade. Obrigadão mesmo!
Wagner Beethoven: Para iniciar essa rodada de perguntas, eu queria saber como é que foi o início da sua carreira? O que me motivou você atuar com acessibilidade digital?
Vitor David: Bom, a minha entrada no mundo da acessibilidade veio lá no meu primeiro emprego, foi numa escola de música e lá tinha uma professora que dava aula de música para pessoas com e aí tinha uma diversidade muito grande entre os alunos dela as pessoas cegas, surdas, aprendendo música, pessoas autistas e alí já me trouxe muito para esse contexto da diversidade humana. Depois eu fui né? eu estudei em design gráfico. Foi aquele designer de pastelaria de só fazer arte correndo de tudo. Isso me frustrava muito, porque eu queria poder focar em processos de dar profundidade na minha atuação. E aí nisso foi quando eu fui descobrir o mundo do UX, UI, product design, ali. Eu consegui trazer foco, beleza, agora vou trazer experiência, vou focar na experiência da pessoas, só que não foi a realidade, infelizmente. A realidade nossa né? Muito de fazer uma pessona um recorte ali, muitas vezes um design de ego. Então isso é um lado muito crítico que eu tenho da área. E aí foi quando eu migrei para acessibilidade, falei: "Não, eu com acessibilidade, vou ter que vou poder focar em pessoas". E é isso. Então, muito que me moveu a chegar na acessibilidade foi todo feito de contextos de vida. Acho que lá atrás ele já tinha uma ligação.
Wagner Beethoven: Bem bacana, né? Persona de ego, né isso?
Vitor David: É um recorte do ego.
Wagner Beethoven: Recorte do ego, é bacana porque a turma hoje em dia faz persona baseado na cabeça, né? Acha que o público específico, "há, faz" e esquece todo o restante, como se a humanidade se resumisse apenas aquela pesona.
Vitor David: Exatamente.
Wagner Beethoven: Mas atualmente você estava trabalhando na Bradesco Seguros e Design de Produto focado em acessibilidade lá. E aí trabalhando instituição financeira, né? Quais são os principais desafios e as conquistas que tu conseguiu, que enxerga dessa atuação e como é o cenário de um designer atuando dentro de uma seguradora com foco em acessibilidade?
Vitor David: E com o mercado seguradora, ele é complexo porque não tem uma fiscalização muito forte que, como quando entra os bancos e financeiras, tem ali o BACEN e Febraban, que ficam muito próximos, então tem uma regulamentação mais forte. O segurado acaba não tendo uma regulamentação tão forte, então a parte de setor ali, eu acabo não tendo muito poder e eu tenho que buscar outras leis atreladas ao produto.Então o que estou falando de um produto de saúde ou me apego ANS, então acabo tendo que conhecer essas leis mais apertadas e regulamentações normativas, agregar o produto como um todo e no geral também entra também nessa parte do mercado segurador. Não tem muitos casos embasado em acessibilidade. Você pega seus produtos que tem um bom case, acaba sendo ou financeiro por conta de fiscalização ou por grandes produtos tecnológicos. Então a gente acaba tendo muitas barreiras, principalmente a mostrar valor para a diretoria. E aí eu tive que começar a falar muito numa etapa cultural de mostrar os impactos, mostrar melhoria no produto e falar de acessibilidade sem levar acessibilidade na palavra. Então, você vai relacionar a uma acessibilidade no código, uma performance do código, por exemplo, eu tive que fazer muito trabalho, de muita ação cultural. Essa foi a maior barreira que eu tive e querendo ou não, acaba tendo no ciclo geral de vida dos produtos.
Wagner Beethoven: É extranho, ter essa dificuldade dentro da empresa que é precisa de mais pessoas pagando e etc. E quanto mais gente, mais dinheiro tem. E aí, tu também fala, tu também tem atuação em outras empresas como pagamento da biografia, né, Pão de Açúcar, Vivo, a HandTalk. Eu sei que essas empresas, elas tem um foco mais forte quando a gente tá falando de acessibilidade. Olhando os desafaios né? quais foram os projetos que mais te desafiaram trabalhando nessas outras empresas?
Vitor David: Bom, até já te respondendo no... de desafios gerais, os maiores tem sido aqui na Bradesco Seguros. Mas aí, antes de falar, né, passando um pouco do panorama desse meu passado. O do Grupo Pão de Açúcar foi interessante porque eu comecei com testes, entrevistas ali, com pessoas com deficiência visual, só que noâmbito geral eles gostavam, pediam muito testes onde pessoas de 20 a 30 anos. Ela bentida persona que eu comentei aqui, ok? Até quando foi feita uma pesquisa "quanti", foi identificado dentro do contexto de um produto específico, a maioria das pessoas usuárias eram pessoas de +50 e aí veio muito aquela mudança de pensamento: "Tá, eu faço agora? Como que eu projeto pra esse contexto? Como que essas pessoas estão percebendo meu produto?" E aí ficou mais tangívelm, designers, pensando muito nas pessoas novas e tudo mais, ali, não sei o quê. E as pessoas entenderem. "E aí eu faço? Como assim?" A pessoa que mais tá usando é uma pessoa de 50, 60 anos. E aí foi quando a gente foi discussão de dados, testes de usabilidade, tudo para entender como que essas pessoas percebiam o produto. E aí foi bem interessante, ter adquirido certa mudança na questão cultural ali do time que eu estava falando ali. Na HandTalk, que já falou outro contexto de não sei se todo mundo conhece, a HandTalk, que é uma startup aonde core dela de venda é um produto, um plugin de tradução em libras. Só também ela tem outras ações relacionadas a acessibilidade, tudo. Então a cultura, ela é naturalmente acessível. A acessibilidade funciona de uma forma bem fluida e natural lá dentro, então, sem ter muitas barreiras. Tanto que o que me levou a sair da HandTalk foi entrar no contexto de implementar a acessibilidade, entender como que eu posso trazer essa nova cultura, essa nova oportunidade pra empresa. Então na HandTalk, eu aprendi muito a gerir o processo, botar o processo, fazer o processo continuar rodando, ajudar e funcionar o processo. E hoje que eu comentei daqui a parte maior desafio da Bradesco Seguros, que é criar processo, mas antes de pensar necessariamente no processo, é pensar, trazer acessibilidade para a cultura. E aí quando eu falo acessibilidade, eu falo, deixo de pensar em pessoas com deficiência, mas em também facilitar processos internos. Então, literalmente tornar acessível todos os contextos. E aí é literalmente começar um trabalho do zero. É aí que entra o desafio, né, que aí entra mudança cultura, por trazer um novo tipo de conhecimento, um novo tipo de valor do produto. Então entra, novas barreiras, novas dificuldades. Mas também foi o que muito me moveu na mudança, né? Eu já estava um pouco naquela, eu preciso ter o desafio, para entender realmente sei o que sei. Foi muito nessa pegada.
Wagner Beethoven: Então tu falou um negócio que me identifico muito, que são os usuários que estão de 50, 60. Eu não tenho 50, mas próximo dos de 50 do que de 20. E aí eu me lembro quando eu peguei o TikTok para usar pela primeira vez, eu não entendia como era que um aplicativo que só funcionava com gesto acontecia de uma maneira tão fluida assim. E demorou pra entender todos os gestos. E eu fico pensando, os designers quando pegam um caso que pudesse projetar um interface para a juventude e a turma mais velha devia olhar, "faço o que com isso? como é que eu vou utilizar esse aplicativo? E aí o HandTalk, ele é bacana porque você vai imenso, é o core da empresa...
Vitor David: Sim...
Wagner Beethoven: Você tá lá dentro da HandTalk, você ainda tinha de alguma forma tinha alguma barreira? Por que afinal de contas, a empresa tem um core, mas as pessoas são elas que vistas de fora. Você conseguiu ver, por exemplo, que faltava alguma coisa.Os devs faziam alguma coisa que poderiam ser mais acessíveis por falta de conhecimento, enfim...
Vitor David: É que eu acho que pelo time que eu fiquei, eu acho que eu fui muito feliz porque a minha comunicação com o time de desenvimento sei que foi muito boa. Porque eu sempre cheguei e falava: "Gente, eu preciso disso, de funcionar assim, como eu posso ser bom no design para chegar assim?" E aí, dependendo do contexto, fazendo o movimento de trás pra frente, eu puxava do dev. Eu extendia um pouco de esforço. Beleza, vou voltar pro meu canto, fazia do meu lado para chegar já aderente. Então eu sempre tive essa atuação de pensar em acessibilidade de uma forma aonde eu posso tornar acessível o meu trabalho. Então eu chegava pro deve e falava: "Seguinte, eu preciso disso! Como que é isso? Como que é difícil isso? Qual que é o seu processo? E se eu colocar isso + isso vai dificultar muito, vai quebrar?" Então, eu sempre tinha um pouco dessa pegada. E aí como o ambiente lá já era naturalmente pensado em acessibilidade, eu não cheguei a ter esse tipo de barreira. A forma que eu buscava atuar e eu já não precisava atuar muito a nível de levar conhecimento. Os devs lá, eles já tinham uma maturidade, um conhecimento já dentro do contexto. Até mesmo um dev que entrou há pouco tempo, por exemplo, ele já vinha com um pouco dessa bagagem.
Wagner Beethoven: A empresa acaba também falando sobre o assunto, né? Catequizando! É bacana essa abordagem de trás pra frente, porque a gente meio que projeta possíveis problemas, né? Eu estou projetando uma interface e essa interface vai ser muito complexa e aí pode ser que não entregue no prazo. E aí, bacana. E aí, puxando para próxima pergunta, a gente fala que o design system, é muito entregável no conjunto ne? É o desenvolvedor, é o designer, é o .. não existe mais testador, né? Eu sou da época que o QA era testador, mas então eu tenho o designer, o desenvolvedor e o QA, eu tenho um pé sobre negócios, tudo pra trabalhar dentro de um Design System né? para fazer esse projeto ser desenvolvido, né? E aí, ainda falando do Bradesco, você atua com o Base, o Design System do Bradesco. Como é que você consegue fazer com que ele seja minimamente acessível? Quais são? Existe técnicas, métodos? Quais são as iniciativas que você consegue garantir Acessibilidade dentro do projeto?
Vitor David: Boa, vamos dizer que lá eu me meti em tudo que era possível de buraco, a nível de eu me meter no RH para entender como que a contratação de PCD e me meter dentro dos times para entender o processo deles. E aí, isso me ajudou muito a deixar o design próximo de mim. E aí até trazendo um case que eu vivenciei lá, foi a nossa atuação lá no design system, os times fazem a solicitação para o design system, pros componente, a gente libera tanto o visual quanto o próprio componente codado. O time chegou com uma necessidade de ter um componente em 'drag and drop, aquele tradicional, clicar e arrastar. Tem soluçõesaonde ele visualmente ele não tem nenhum indicativo, clicar e arrastar. Ele funciona 100% para a tecnologia assistiva. Exemplo disso, tem no LinkedIn, por exemplo, para mover os destaques, dentro do Gmail e aí exige uma taxa maior a nível de conhecimento. E aí foi justamente eu peguei o problema, cheguei para o dev, sentei: "Gente, eles querem isso, que a gente consegue? Porque aí me botou para entender o framework utilizado, toda a linguagem que eles estavam utilizando, entender a limitação do sistema, do que eu simplesmente chegar, "gente, eu quero isso", mas sem considerar todo o background deles, todo o contexto deles. Então essa atuação deve vir de trás para frente. Ajudou a gente a senta, se entender aonde a gente pensou: "Beleza, a gente vai ter essas limitações, a gente não vai conseguir fazer isso". Eu achei milhares de exemplos de componentes com "drag and drop" já codados. Mostrei para eles e por uma limitação técnica, a gente não conseguiu fazer. Mas aí a gente reestruturou um componente para que o componente também tivesse dentro dele as ações de uma movimentação normal por teclado. E aí, em chegando na com pergunta, né? A gente começou... Pensa muito no individual do componente. Nesse caso, a gente sentou individualmente, ok, também entra do lado da gente chegar para o time, levar mais conhecimento. Design system, ele vai estar tratando muito a linha de componentes, né? Todo... É... Dando um pouco de contexto pro pessoal, não sei quanto o pessoal conhece. O design system, ele vai trazer todos desse componente, vai trazer sistematização da camada de design ali a nível individual de cada componente. Então a gente pensa nessaa tela, cada pequena etapazinha dessa, cada pequeno botão é um componente diferente. O design em si. Estou cuidando deles individual e lá os times cuidam dessa montagem toda da tela. Então quando a gente tá liberar o componente acessível, não adianta eu simplesmente liberar. Um componente acessível não faz uma jornada acessível. Então, basicamente eu tinha que ter uma etapa após ali, a nível de evangelização mesmo. Chega lá pro time e fala: "Gente, você deve olha esse componente, tem isso sim, is, ele precisa ser assim, assim, assado", chegar por debaixo de cada jornada, mostrar. Então já tem tudo isso relacionado ali na atuação, né não é só simplesmente olhar o componente, "beleza agora, próximo, traga o próximo, não". Eu tenho que pensar também na forma que os times vão receber e implementar esse tipo de projeto.
Wagner Beethoven: Essa é a jornada que você fala. Ela é bacana porque a gente faz com que o produto ou componente ele seja mais longevo, né? Porque aí, se não tiver essa boa manutenção, algo quebrou no cerne, refaz e aí não sabe porque refez, essa jornada...
Vitor David: E até falando pouco de vivência de design system, a gente já pegou design syste legado aonde tinha o input, input para texto, input para telefone e para número comum, "mas pô, não pode ser tudo mesma coisa?". Só que aí, pelo contexto de denvolvimento barreira tecnológica da época que foi feita, ele não era funcional. Então, esse tipo de coisa a gente tinha que sentar e conversar mesmo. E aí hoje em dia a gente fala, "Beleza, como que a gente vai escalar isso?" E aí, quando eu falo em escalar, é pensando na própria tecnologia, a nível de futuro, pensar no próprio time a nível futuro, pensando no design, como futuro, mas até mesmo na acessibilidade, porque as tecnologias assistivas evoluem. Então, o quanto eu consigo fazer esse componente evoluir para acompanhar as melhorias? Então, acaba sendo esse pensar muito no futuro, né, também, em todos os contextos de interna da atuação.
Wagner Beethoven: Maravilha! Aí é falando de acessibilidade w Design, que escreveu um artigo muito bacana que pega as heurística de Nielsen e aplica neurodiversidade. Pode contar um pouco dessa abordagem? E aí, como é que a gente consegue aplicar no dia a dia?
Vitor David: Eu acho que as heurística de Nielsen, elas são uma grande ferramenta no âmbito, quando a gente fala para alguns contextos de acessibilidade, é uma ferramenta assim, boa. Só que muitas vezes as pessoas quando vão estudar elas, elas estudam de uma forma muito linear, ela não acabam se aprofundando nos contextos por trás, elas pegam, sei lá. A heurística de visibilidade, status do sistema. O sistema tem que passar o status dele e a pessoa para ai, ela não se ater ao profundo do tipo, tá beleza, se a pessoa não tiver vendo?, e se essa pessoa está num ambiente tumultuado? Por isso essa pessoa está no ambiente muito iluminado, né? Eu já falei aqui vários ses e muitas vezes não são abordados no texto original. E aí? E isso acaba sendo refletido nas pessoas que vão estudando, mas não por culpa, eu tô falando que o Nielsen é culpado, né? Mas eu acho que as vezes, na própria forma que a pessoa estuda o design. Acho que ela pensa numa forma muito linear e esquece que no final do dia a gente está pensando em pessoas. Então pega uma frase numa forma bem reta e beleza é isso. E segue ali. E eu acho a heurística ela pode ter esse potencial de se aprofundar mais e de trazer mais contextos. E foi aí que me deu esse estalo de fazer esse artigo. É pô tudo que está dito aqui, tem uma relação direta com a neurodiversidade. O "visibilidade do sistema",a pessoa tem que saber onde ela está, o que está acontecendo com o sistema. E aí uma pessoa neurodiversas de bate gatilhos ali que pode tirar a atenção dela. Eu vou fazer um artigo baseando nesse contexto, trazer um pouco dessa percepção diferente do que naquele efeito tradicional que as pessoas acabam estudando ali das heurísticas.
Wagner Beethoven: Existir um ponto que é, eu não sou a pessoa que tem deficiência, mais então o problema é que quando a informação vem eu preciso ler a informação. Então recentemente eu estou trabalhando no projeto que a notificação de erro, ela aparece e vê uma barra de progresso, meu amigo, se viêr uma barrinha vermelha, me dá uma angústia. Eu disse: "Meu não vou conseguir ler". Aí eu paro começar a ler. Quando eu chego na metade do erro, some, bicho". Aí às vezes eu fico tentando reproduzir o erro para ver se eu consigo ler o erro, porque o negócio passa, se eu fico angustiado assim, começo a ficar suando, chego pro desenvolver e digo: "Bicho, lê aquilo, tu consegue ler com cinco segundos? POr que é tão rápido esse tempo? Tira essa barra pelo amor de Deus, dá uma angústia arretada", mas até agora segue.
Vitor David: E é muito nessa pegada que você comentou, né? O sistema tá passando um status que tecnicamente atende a heurística, mas ainda falta alguns contextos, né? E aí não sei se você você vai perguntar agora ou dá pra seguir por que eu ia comentar do TCC da PUC? Eu estou fazendo o que é sobre acessibilidade dentro do contexto da visão heurísticas. Questionando um pouquinho da heurística. Porque inclusive tema de TCC, isso né? É uma análise de acessibilidade em cima das heurísticas. E eu trago esses pontos relacionando a WCAG e comentando o quanto os critérios da WCAG pode ser aplicada às heurísticas e quantos faltaram serem aplicados, porque nisso, o sistema está passando o status excessivo e aí uma pessoa neurotípica e nesse contexto vai ter um excesso de informação ao olhar informação, mesmo que ela deveria pegar, ela não vai conseguir. Então a própria heurística deixa esse buraco né, essas falhas ali, tendo pelo contexto o que foi criado lá em 94. Mas acho que poderia ter ter alguma atualização ou as pessoas buscarem questioná-las mais, porque a gente está falando de lógica de 94, já faz 31 anos, passando daí depois delas e aí já a gente já teve uma diversidade maior no reconhecimento das pessoas. Então, próprio neudiversidade é o tema muito novo, né, que teve um crescimento muito novo. A própria acessibilidade é um tema que está crescendo muito recentemente. Então ter questionamento dessas diretrizes antigas ajuda a pensar na frente. Daí eu acho que a ideia desse meu TCC foi isso, gerar uma crítica na nossa área, porque quando a gente fala da nossa área, telefone touch surgiu tem poucos anos, os smarthwacth né, os relógios digitais surgiram tem poucos anos e aí se baseia muito no contexto dos anos 90, onde não tinha essas tecnologias, então acaba gerando esse espaço né, na nossa atuação.
Wagner Beethoven: Existe um ponto também que, Nielsen quando fez as heurísticas, era o recurso dizer. Cabe a gente questionar sempre. Se vier outras idéias de heurísticas de outro estudioso, questiona também e assim segue, né? Assim que a gente que consegue evoluir. Esse material, gente que o Vitor está falando se tiver disponível, vou colocar todos link para você se questionarem e também a ele né?
Vitor David: A gente fique à vontade para questionar. A gente marca o papo, um café. Eu sou suspeito a falar, então a gente pode marcar algumas horas conversando.
Wagner Beethoven: Maravilha! Você falou sobre neudiversidade. É uma onda recente, quando a gente tá falando do aspecto da acessibilidade e aí eu vou puxar por um assunto antigo, que são pessoas cegas. Quando a gente está falando de acessibilidade dentro design, pessoas cegas já é falado, né? E aí você falou também, lá no comecinho da nossa conversa sobre testes com com pessoas cegas, quais são as principais barreiras que você observa para esses pro... essas pessoas com deficiência, com cegueira ou baixa visão ao usar produtos digitais.
Vitor David: Na grande parte e as pessoas, vamos antes separar em duas questões, a pessoa cega total e a pessoa baixa a visão. Entra muito no meio de como os produtos são desenvolvidos. Então, no contexto de uma pessoa com baixa visão, até hoje a gente fala em baixo contraste. São questões que tem qualquer livro de teoria do design e até hoje falta contraste em item. Também tem telas não desenvolvidas adequadamente, então se a pessoa baixa a visão, ela pode fazer um zoom, usar uma ampliação de texto como recurso nativo e aumentar o texto e tudo. O própria aparelho, ou ele vai ter alguma trava porque vão julgar que fica feio o aplicativo ou site, então dev vai travar ou como ele não foi pensado, ele vai quebrar tudo. Então a pessoa está fazendo uma jornada de compra, um botão de comprar, ele fica lado a lado com outra, já foi jogado para fora da tela, por exemplo. Então, tem esses tipos de contextos que vão surgindo. E aí quando a gente vai com a pessoa com cegueira total, tem componentes que não são desenvolvidos adequadamente. E aí quando eu digo adequadamente se eu falar de um botão. Ele tem que ser visualmente um botão e no código um botão, para poder passar o feedback adequado para tecnologias acessíveis. Se não foi feito assim, a pessoa visualmente não vai identificar o botão, mas também a pessoa que está ouvindo, de fato, a pessoa cega, ela está usando um leitor de tela, vai estar ouvindo a informação e a gente não vai passar o feedback, que é o botão, vai achar que é só um texto. Então é isso uma das barreiras. Aí também tem que entender um pouquinho a forma de navegação. A pessoa pode navegar saltando por conteúdo e por títulos. Se Designer não pensar adequadamente em títulos deve pode não implementar adequadamente. E nisso, quando a pessoa vai navegar por títulos, não tem título marcado com título.E aí que acontece? A pessoa usa como parágrafo e faz o estilo visual para aumentar a fonte, ou seja, visualmente tem título mais pra tecnologia assistiva não existe título, e aí a gente pode ir seguindo isso por milhares de problemas que vai tendo muito essa discordância entre as áreas ali, na hora de produzir. São coisas que acabam se repetindo em telas e telas. Tanto que você comentou ali na parte de teste, de tudo... Uma coisa que eu faço para testes de usabilidade, é minimamente o produto está acessível. E as pessoas, muita gente me pergunta, "como eu faço teste de usabilidade?", mas minimamente, o produto está acessível para isso? De que adianta pensar no teste da usabilidade se a pessoa não sai do login? E aí entra de novo, né? Nessas questões, é um input, beleza? Visualmente está funcional, mas no código está funcional como uma tecnologia assistiva? E aí? Aí, respondendo de novo a sua pergunta, é muito o tipo de coisa que acontece. Tem essa gap em ambas as áreas que o designer não se preocupa, e o ev também acaba não pegando e aí acabam gerando esse buraco de várias etapas.
Wagner Beethoven: Recentemente eu peguei uma interface que visualmente ela estava bem estruturada, mas não existia um código, uma tag além de parágrafo, JavaScript para cima, para baixo. Aí olhei pro desenvolver e disse: "Amigo, vê, tá igualzinho ao Figma, mas cara, não pode ser desse jeito não, visse? Ai ele: "Você quer ensinar um programador, a programar?", eu disse, "Veja, assinar não, mas eu posso dizer que está errado". Aí, como é que você faz isso? Pessoal, vamos abrir aqui a estrutura. Cadê um <h1>
da vida? É um campo de formulário? Cadê o <form>
? Até os <labels>
, acabou colocando tudo parágrafo da vida, sabe? Então, vamos ter essa diversidade aí de código porque isso é útil, né? Não é só encher linguiçam né?.
Vitor David:Exato!
Wagner Beethoven: E aí a gente está falando aqui sobre a diversidade.E aí existe um tempo chamado design inclusivo. E aí, só para alguém saber, quando eu convido a pessoa, eu faço uma investigação. É só não vou saber o CPF dela, porque não tá internet, mas tudo que a pessoa colocar eu vou pesquisar. E aí, um dos textos que tu fala o que tu escreveu é sobre design inclusivo, o termo, né? O designer inclusivo ele já exclui porque ele, o termo é design inclusivo. Aí eu queria que tu comentasse um pouquinho qual é essa tua visão?
Vitor David: Esse artigo, ele surgiu de um papo junto com a amiga chamada Ana Gouveia, aonde surgiu a seguinte frase: "Esse design inclusivo, quer dizer que o próprio design já exclui. E aí é muito gerar essa reflexão de que design inclusivo, pô, se eu to tendo que botar o inclusivo pro design, será que o design mesmo já está excluíndo? Mas será que o design que tá excluindo ou o Designer que está excluindo? Será que a disciplina que exclui ou a pessoa que exclui e o por que eu tenho que gerar uma nova disciplina para ser a primeira é incluir? E é muito que eu tento dialogar ali no artigo. Eu já trago muito essa ideia de que o design está excluído, mas não que a disciplina exclui, mas sim o próprio ser humano, porque o design, a disciplina surgiu numa ideia de padronizar desenvolvimento na parte de industrial, só que quando eu crio um padrão, eu excluo quem não estar no padrão. E aí entra o próprio designer, a pessoa que estava projetando, que ela cria um padrão, que é fazer o padrão, mas se esquecem das outras pessoas. E aí nisso que entra na questão do design inclusivo, que ele pensa mais nas pessoas no âmbito geral. E aí tem até uma parte, não sei se foi li em artigos, se li na internet, um devaneio na minha cabeça, um sonho que tem um gráfico das pessoas... pensar sempre nos extremos que naturalmente quem tá ali no meio, as pessoas do padrão já não estar inclusivas. E aí eu já acompanho um pouco desse raciocínio, muito pelo desenvolvimento dos jogos pela Microsoft. Eles pensam muito nos extremos, como uma pessoa cega pode jogar meu jogo? Como uma pessoa paraplégica vai jogar, tetraplégico? Uma pessoa com limitação vai jogar e, naturalmente, as pessoas que não tem a deficiência, vão tá ali no meio e muito esse tipo de reflexão que eu trago no artigo. "Poxa, é realmente necessário eu botar uma disciplina de inclusão aonde a matéria de design surgiu nma ideia de projetar para as pessoas?" Eu gero muito, tento gerar muito esse tipo de questionamento até para as pessoas se questionarem o próprio estudo. Putz, eu estou projetando para pessoas, eu tô estou fazendo uma formação de UX, user experience, experiência do usuário. Será que eu estou pensando em pessoas realmente ou aí volta aquele termo que eu falei lá no começo, volto a ser designer do meu ego? É muito esse tipo de debate que gostaria de levantar. Até mais, mas eu já trago muito nesse artigo. É para poder fazer as pessoas refletirem como ela projeta. E aí, é óbvio, eu entendo o contexto de empresariais. Eu sei que às vezes a pessoa quer, mas não consegue implementar por conta da empresa, mas também as pessoas, as vezes, podem puxar projetos paralelos para tentar influenciar o tema e você consegue outras formas de evangelizar, mesmo não sendo diretamente no seu trabalho. Eu não conseguia. A felicidade hoje foi focar em acessibilidade, mas não significa que a todo momento foi isso. Então eu poderia fazer a palavra de acessibilidade, de roda de conversa, eu poderia tentar fazer o mínimo entregável no meu projeto, focando em acessibilidade. Então já tentando trazer esse lado e às vezes até internamente, mostrando um pouquinho. Eu poderia não chegar no ideal, mas eu conseguiria fazer o caminhozinho pra tentar romper essa parte do design inclusivo. Mostrar, não isso aqui é design também, eu sou designer, eu posso trazer isso também comigo, né?
Wagner Beethoven: E ai, dessa tua fala é bacana porque quando a gente está falando de interesses empresariais, a gente está falando de dinheiro e pessoas com deficiência, elas consomem as coisas, né? Outro ponto que é quando eu estava no começo, eu via muito as pessoas olhando para si, não ao redor, né? E ai lembro que a Janaina falou comigo aqui nos episódios anteriores, uma das recomendações era pedir para o designer sair de trás da mesa. Então, parado, ele ao invés de ficar no computador pesquisando, não só isso, vá pra rua. No caso de um produto, vá ver como é que as pessoas estão usando. Pare de ficar nesse cenário seguro, digamos assim, indo a desbravar a selva, digamos assim.
Vitor David: Até uma frase que eu uso nesse contexto que é saia da bolha, porque os dados de pessoas com deficiência 18, 19, quase 20 milhões de pessoas. A pessoa que chega e fala pra mim que não conhece ninguém, não está perto de ninguém, falo: "Cara, você tá numa numa bolha, não é possível. Com 18 milhões de pessoas que tem algum tipo de deficiência, você não conviver com nenhuma e não conhecer nenhuma, será que realmente você não convive com ninguém? Ou você que não quer olhar para ninguém? E aí até entra uma questão muito... a gente está num mundo muito tecnológico. Pô, tem páginas de pessoas com deficiência no Instagram, tem páginas de pessoas com deficiência no YouTube, grupo de WhatsApp. Eu consigo fazer uam vídeochamada hoje, com uma pessoa que está no Japão. Eu não consigo achar uma pessoa com deficiência no meu bairro? Aí já é por outro lado, né?
Wagner Beethoven: Recentemente eu fui convidado de um podcast de um rapaz chamado Programa do Cego. E aí, de fato, ele é um programador e existe um grupo de programadores cegos. Então você tem especificidade até dentro da comunidade, Sabe? Possivelmente vai ter programadores cegos que trabalham só com Python. Depois vai ser Ruby, Java e assim va, né? É o lance da vontade, né? A comodidade, a zona de conforto, digamos assim, é mais bacana de tá. Aí eu queria pedir licença a Vitor para uma pausa na conversa da gente lembrar que o podcast, ele tá em todas as plataformas digitais. Se você tiver ouvindo o Spotify, por favor, avalie o podcast e siga podcasts também. Se você tiver no YouTube aquele velho texto né? Curta os vídeos, se inscreva no canal e deixe sua dúvida nos comentário. Passando para nossa próxima sessão, É uma parte muito bacana que é onde eu conheci você. Você é fundador do incrível chamada Jovem UX&UI. E aí que ajuda pessoas jovens, no caso que estão começando a carreira. Como é que surgiu essa iniciativa? Você consegue ver o impacto dela já na formação de novos profissionais?
Vitor David: A iniciativa para mim, ela segue dois lados o lado acessibilidade e o lado da necessidade. Primeiro chegando no lado da necessidade, foi logo assim que eu fui imigrar mesmo para UX e eu senti uma dor muito grande de conhecer pessoas que estavam no mesmo problema que eu era. Eu lia muito e conversava muito, mentorias que pessoal fazia, abria a agenda. Só que, pô, que que outra pessoa como eu está fazendo? Ela está estudando? A comunidade vem muito nessa de unir as pessoas ali, estavam naquele mesmo contexto, de fazer com que elas se conectem, elas conversem. A comunidade não surgiu muito no intuito de vender conteúdo ou de vender um produto tangível. Mas de ter um espaço para fazer as pessoas estarem ali. E aí entra meu lado de comunidade, onde eu entro meio que como moderador, gerar um bom ambiente e filtrar questões até chegar, bater no preconceito preconceito para não deixar isso chegar na comunidade. Então entra esse lado da gente, cuidar dessa nova geração e aí eu boto até a questão dos jovens. Eles são jovens entrando na área, não em relação a idade. Então muito também tratar as pessoas como pessoas mesmo, entendê-la, as barreiras delas. Como que a gente pode estar ajudando, apoiando, como que a gente pode entender um pouquinho o lado dela que a gente consegue fazer? Então, e, né, desse lado, além e o lado de acessibilidade, a comunidade entra no que ... Vamos entrar primeiro no termo da palavra acessibilidade é o caráter de ser acessível, de facilitar. E a comunidade tem só o objetivo de ser um facilitador, né? E também não tem essa relação de acessibilidade, porque a comunidade não tem nenhum objetivo financeiro, ela não tem intenção no momento de monetizar nada. Então se a pessoa não tem condição nenhuma para estudar design, pode vim para a comunidade que a gente vai arrumar alguém para mentorar e sem nenhum custo e dar esse apoio para essa pessoa. É óbvio que a gente não tem o peso do certificado, mas a gente tem pesos pessoas que querem ajudar. E aí entra muito esse lado que é das pessoas ali humano né? As vezes afasta a gente perder a fé na humanidade, mas também a gente dentro da comunidade, eu vejo muito feliz atos as pessoas, "não, calma aí, você está com uma dúvida, uma chamada aqui e a gente te ajuda. Isso eu acho muito legal. Tem esse apoio da comunidade e de novo volto muito o conceito de acessibilidade, um conceito além da empatia, que a gente é um conceito que a gente trabalha muito aqui, volta muito no conceito de ajudar a pessoa, independente de quem ela seja, o contexto de vida dela, contexto financeiro. Então a comunidade tem muito esse lado de tá ali para pessoas e aí é a mesma forma que a gente já teve contato com pessoas de outras áreas e aí a gente sempre deixa muito claro e também busca ajudar no que é possível. Tanto que uma frase que eu gosto muito de usar na comunidade é: "Pode me chamar no que precisar, se não conseguir ajudar, a gente arruma quem consiga", né? Então, naquela, a gente é uma comunidade, não é possível que ninguém ali não tenha uma proximidade com alguém, daquele determinado contexto e muito levantar essa ideia sempre pro pessoal.
Wagner Beethoven: Eu participo, eu não consigo acompanhar tudo. Mas aí vocês tem iniciativa no Instagram, no Telegram, no WhatsApp, Ou seja, só não participa quem não quer. Está em todos os meios né?
Vitor David: Exato.
Wagner Beethoven: Além desse projeto incrível, vou botar todos os grupos aí para todo mundo entrar. E você também está todo um curso chamado Líder de Acessibilidade, que foi promovido pela Handtalk, pelo Google. Falando de liderança, como é que a gente consegue ter lideranças mais acessível dentro de processos de funcionamento de time, né? E aí eu queria deixar se você pudesse focar também, você falou sobre a seleção, né? Como é que eu consigo fazer uma seleção de profissionais acessível?
Vitor David: Pensando na diversidade, né? eu vou passar, por exemplo, no processo de recrutamento, como você comentou recente, eu vou fazer sobre esse processo mandando uma imagem no email para a pessoa. Depois eu vou fazer uma chamada ligação telefônica e depois uma chamada de vídeo. Eu paro para pensar nesse processo. A imagem ela já vai ser uma barreira para uma pessoa cega, a não ser que coloque um <alt>
vai ficar gigantesco. Será que vai ficar de uma forma clara? Eu vou fazer uma ligação telefônica tipo uma pessoa surda, não oralizada. Se for fazer uma chamada de vídeo, depois e uma pessoa, por exemplo, também surda. Mas aí a plataforma que usar não tem legenda ou não tem uma intérprete de Libras. Então aí quando eu penso nesse processo, eu tenho que pensar também na diversidade. E quem é a pessoa que vai estar conversando. Eu vou pensar, "Putz, se essa pessoa ela é autista?", eu não posso deixar esperando na chamada. Isso vai gerar muitos gatilhos de ansiedade, essa pessoa já, ela ansiedade, ela vai ter uma chamada muito nervosa, então eu tenho que ter essa noção de diversidade, eu tenho que conhecer a diversidade. E aí é aquela questão que comentei, né? Se uma pessoa é líder de design, ela tem que conhecer pessoas, ela tem que saber de pessoas. E aí ela não precisa pensar num processo de recrutamento acessível, mas ela precisa pensar um processo de recrutamento para pessoas. E aí essa liderança vai acabar refletindo também no próprio ambiente de trabalho dela. Quando ela focar e pensar nessa diversidade para recrutar Naturalmente, ela entende o contexto do time. Se ela entende como a pessoa vai, pode ficar muito ansiosa no processo da entrevista e ter falhas de aceitar essas falhas. Ela vai entender também que é uma crise de ansiedade que uma pessoa do time dela e aí até aqui falando, eu não tô só falando de deficiência, falando da sociedade, coisas que todo mundo aqui está muito suscetível a qualquer momento do dia, mas é uma outra.
Wagner Beethoven: E naturalmente, numa seleção a pessoa já está ansiosa, né?.
Vitor David: Exato. E aí, se a gente leva muito por conta das pessoas com deficiência, ela vivem num mundo extremamente capacitista, o mundo que a todo momento diminui elas. Então, eu já vou ir pra entrevista com uma dose extra de ansiedade. Então muito essa pessoa que está ali, ela tentar, aí de novo aquela palavrinha npe? empatia, ter empatia, pensar no contexto do próximo. E aí eu acho que a palavra empatia muito se torna muito banalizada na área. Todo mundo fala "ter empatia", mas ninguém para para pensar. Por exemplo, deve, na hora que entrega o protótipo, ninguém para para pensar na pessoa que está passando do lado. A palavra empatia se tornou a empatia da persona que eu escolho. E aí isso vai até mesmo para essas próprias lideranças que deveriam buscar trabalhar a empatia de uma forma geral para as pessoas. Aí eu já saí do termo acessibilidade, já tô batendo na empatia, mas eu já estou falando só com pessoas e no final do dia, é isso é né? na atuação ali, pessoas que vão estar sempre no centro.
Wagner Beethoven: Eu quando eu pego o episódio de editado, eu vejo, ouço de novo, né? E aí o episódio sempre tem um título, então eu acho que eu já sei o título aqui, "é sobre ... não é apenas só sobre pessoas com deficiência, é sobre a pessoa". E aí quando a gente fala de liderança, tem um exemplo aí vida, na experiência profissional passado era coordenador de time de design e aí eu fiz dentro da empresa de 50 anos, tá? A primeira seleção só para mulheres. E aí perguntei ao RH se eu poderia, aceitaria isso. Não posso dizer, "não entra homem, eu não sou o dono da empresa, nem filho do dono, só empregado", então, o RG disse, "Bacana, Vamos seguir assim". E aí, só pediram, Wagner só não faça recorte de cor. Então, você não pode selecionar pessoas, apenas pessoas pretas. Mas na minha cabeça dizia, "uma vai ser preta e a outra vai ser de qualquer outra cor de pele, tá". Mas na minha cabeça uma tem que ser, enviesei pro lado e aí me peguei com uma pessoa surda, uma designer entrou para a seleção e ela era surda. Cheguei pro RH e disse assim, "oh não sei falar Libras, o custo para fazer isso é muito longo, "aí, o que que a gente faz?". Aí, o RH ligou para essa pessoa, e aí, por não ter um intérprete na empresa, ela declinou o convite, mas entendo que, mesmo se não tivesse, talvez o time iria fazer um esforço enorme para se comunicar com essa pessoa, mesmo que a comunicação fosse apenas por texto, de alguma forma rolaria.
Vitor David: Até tenho uma vivência muito nisso. Hoje eu sei Libras de uma forma assim, básica, e cheguei a fazer aula, né? por algum tempo, mas a primeira vez que eu tive contato com Libras foi uma pessoa surda, aonde fez parte do meu time. Assim, o quanto eu aprendi, é imensurável, por que essa pessoa tinha o carinho comigo de me mostrar os sinais e a gente ia fazendo uma conversa, ia falando nela, usando a legenda e aí nisso ela ia me mostrando sinais. Tudo bem que uma reunião de 25 minutos virava 1 hora, mas eu tinha uma troca ali de pessoa, uma troca de vivência. O que eu aprendi ali, tanto como pessoa e como designer, não tá escrito em nenhum livro, curso, que se tem por aí. Porque eu pude entender na pele como era uma barreira de comunicação de uma pessoa surda, com eu, uma pessoa sem deficiência e aí até trazendo o contexto da Libras, aproveitando que surgiu, que a Libras é uma língua brasileira de sinais, reconhecida como meio de comunicação, uma pessoa surda que nasce no Brasil é alfabetizado em Libras, dá para dizer que alguns contextos ela pode se sentir como uma estrangeira dentro do próprio país, que a grande maioria das pessoas acabam não sabendo Libras. E aí não é uma culpa tua, Wagner, desse contexto ou das outras pessoas. Existe toda uma questão educacional por trás do país e tudo mais, mas é uma questão que eu vivenciei na pele ao conviver com essa pessoa no ambiente de trabalho, que foi na Handtalk que lá a gente tinha a disponibilidade de intérprete para agenda de oficiais, só que entrou muito naquel, "Putz, eu tô fazendo um projeto, preciso falar com ela agora, eu vou esperar uma agenda oficial para falar? Não! E aí eu perguntava para ela falar que gostaria só texto ali. E eu falava a gente pode fazer uma chamada de vídeo, eu quero aprender Sinais com você, eu quero aproveitar esse assunto de trabalho para aprender contigo Pode ser? Ela falou "Tá", e aí nisso o quanto eu aprendia nesse contexto, né? Não está escrito. Não tem nem como passar isso para qualquer tipo de forma de ensino. É o impacto de quem vê algo assim na minha vida profissional e pessoal, algo assim, gigantesco.
Wagner Beethoven: É meu primeiro contato com Libras. Eu já vou dizer mais uma vez a idade e eu aprendi com a Xuxa né? Na época ela tinha, não é Libras na verdade, é o alfabeto, porque Libras é muito mais complexo do que o abecedário lá. Então ela falava no programa o gesto, é um gesto que até hoje eu sei, que eu aprendi pequenino 8,9 anos. E aí a gente está falando aí a gente fala uma pessoa cega dentro da gente, as pessoas surdas. Mas como é que tu enxerga o mercado de acesibilidade daqui a uns anos, né? Você parar para pensar, você cabeça de frente para um designer system que impacta uma seguradora. Quais são as principais tendências?
Vitor David: Eu acredito que tende a aumentar muito, tá? Aqui, nível Brasil, a gente vai adotou a norma da ABNT 17225, que a norma de acessibilidade para web. Isso já mostra que ABNT trazendo essa norma vai ter algo certo na atuação no geral, porque ninguém faz uma norma por fazer, por vontade, principalmente quando a gente fala de projeto envolvendo questões sérias, como ABNT. Então isso já traz uma atuação de que, "beleza, vai ter um foco em algum momento". Da mesma forma que algumas empresas e alguns setores já tem esse foco, mas também não só pela bondade ou autruísmo, mas também com lei, fiscalização e entra também práticas internacionais, porque quando a gente traz, por exemplo, fala de mercado, acessibilidade, um bom... Aí entra naquilo que você comentou, né, do desenvolvedor, quando um site, ele é bem desenvolvido. Ele vai pensar em acessibilidade, mas naturalmente, por exemplo, ele vai ser vai ter um bom SEO e vai ser ranqueado de uma forma mais natural. O Google, ele implementou uma diretriz, dá para dizer assim, que a partir do Android 16, não vai ser mais permitido o aplicativo ter travas de redimensionamento. Então aquele aplicativo que está na web na vertical e você joga para a horizontal e ele não responde, vai ser proibido, o que desfavorece? Uma compatibilidade maior com sistemas. Isso, uma pessoa, por exemplo, de baixa visão, vai ter mais recurso, ou seja, a todo momento está sendo implementado melhorias. Então, se você pensar em acessibilidade hoje, lá na frente, a empresa vai ter um impacto de retrabalho. E aí eu uso muito o exemplo de que todo mundo aqui está numa casa, apartamento. Imagina você construir tudo, botar seu quadro, seu guarda roupa, tudo, esquecer a fiação, o impacto de reestruturar a acessibilidade depois é mesmo impacto de uma casa botar fiação elétrica depois. Vai ser esforço, vai dar trabalho, vai impactar backlog, vai impactar toda atuação, porque não foi pensado como deveria, se foi pensado desde o começo de uma forma natural. Já reduz muito quando esses impactos, né? E aí, muito nisso que envolve a atuação mesmo de acessibilidade. Bem, vai ser algo deixado para depois, corre o risco de receber uma notificação, é uma lei e por aí vai e a perda financeira, né?.
Wagner Beethoven:Sempre que dói no bolso, as coisas funcionam, né?. Eu queria pedir agora recomendação para quem quer aprender mais sobre acessibilidade, UX inclusivo. Quais são as principais recomendações de leitura, de curso, ou de ferramenta, ou série profissional que você acha que a turma devia colar, para aprender mais?
Vitor David: Com a parte de curso, a gente infelizmente ainda tem um pequeno gap no ensino da acessibilidade, hoje tem o próprio curso que eu e a Victória a gente ministrou lá em parceria com HandTalk e o Google e o curso gratuito de Acessibilidade, então também fiquem a vontade e tragam sugestões. Único ponto negativo, que é ainda um curso básico, a gente está pretendendo ter mais conteúdos mais profundos, mais por enquanto ainda de uma forma introdutória. Atualmente, eu tô como mentor de acessibilidade no Design Circut. Então por que também é pago? Tem o da How bootcamp, eles tiveram a minha parte de acessibilidade. Tem um que eu fiz que eu não sei a pronúncia exata, mas é Deck University, depois eu te passo o link, Wagner, é o curso dos melhores que eu fiz lá, nível técnico. Pena que em dólar, então dá para a gente pegar o valor dele lá, que na última vez que eu vi que já estava os US$ 300, 400 e multipliquei por cinco mais de imposto, mas assim, quem tem a condição para o curso, eu super recomendo. Quem que está aqui assistindo for a pessoa com deficiência. Eu sei que se você estiverem em laudo você recebe o curso gratuito por um ano, então também vale da essa investigada. É um curso tecnicamente muito robusto e hoje, felizmente, a gente está tendo um aumento muito grande de materiais, surgindo até mesmo em português. Eu tenho ali feito alguns artigos e muitas pessoas tem feito o conteúdo como um todo, então tem botado muito conteúdo aqui do território nacional. Eu mesmo me disponibilizo aqui. Quem quiser aprender acessibilidade, trocar uma ideia, só me chamarem, fica aí, canal aberto. Meu LinkedIn é como tá aqui, Vitor David. Então, fique a vontade para procurá la, no Instagram ou me procurar pela comunidade. Dando uma ideia de pessoas que é bom para seguir, todo mundo que o Wagner trás aqui, tem muita gente muito boa aqui que o Wagner trás. A princípio, eu não vou falar todos, mas a grande maioria produz conteúdo, então traz muitos na suas redes sociais ali pelo Instagram ou LinkedIn um conteúdo bom. Trazendo esses nomes, assim de referência. Bem, eu, Liliane Cláudia, é uma pessoa assim, que eu gosto muito do conteúdo dela. Eu comecei muita acessibilidade por conta dela. O Marcelo Sales tem muito conteúdo, posta, muito material. Tem um grande Reinaldo Ferraz, que é uma grande referência na área também. Sempre tem muita coisa boa no material dele, a própria Janaína, que você comentou que já teve aqui, tem o Leo, o Leonardo Spinola, também tem a outra Janaína, também tem a Janaína Bernardino, tem a Janaína Moreira, são duas Janaínas alí. Então, assim, tem muita gente na área hoje produzindo material. Produziram muito material, produzindo muitos artigos. Recomendo também seguir as páginas de UX, que também elas acabam ajudando, impulsionando os artigos, os artigos que produzi aqui né, que a gente comentou saíram lá no UX Collective. Então ele lá, você, já que também tem a maioria dessas coisas que eu comentei aqui, o nome já produziu algum tipo de artigo lá também, Então já tem muito desses materiais que as pessoas já possam se embasar e já ter esse start inicial na atuação e também tem o próprio Movimento para Todos, lá, não só para esses artigos, mas também tem pessoas ali em parceria. Sabe tem muitos materiais interessantes, tipo e-book, né, que eles produzem lá e é tudo gratuito.
Wagner Beethoven: Maravilha! Então a gente chega aqui na parte final da conversa e aí garanto que vocês aprenderam um bocado, um monte de gente para seguir, para aprender mais ainda. Antes da gente fazer as perguntas finais, né? Ora você que ouve, a gente pode mandar duas dúvidas para o endereço focoacessível@gmail.com e aí pode mudar as dúvidas que a gente passa para o convidado ou vocês podem entrar direto em contato com ele e, além disso, pode dar feedback ao podcast, dar dica de convidado, de conteúdo e caso não queira mandar e-mail no nosso site tem espaço para comentários, focoacessivel.com.br e antes de finalizar, queria perguntar como é que a gente pode encontrar e acompanhar o trabalho além do LinkedIn?
Vitor David: Boa! Meu LinkedIn, no geral eu sou uma pessoa, tento ser muito... movimenta muito lá, então eu estou sempre por lá, tirando alguns domingo. Veja o dia a dia de folga, tem meu próprio Instagram, @vitordav, "dav" parte ali do nome, tem da comunidade também de @jovensuxu, aí você já encontram tanto no LinkedIn,quanto no Instagram. Se acharem também um desses links, são da minha própria página. Lá vai que os links da comunidade então, a comunidade que tem os grupos de WhatsApp. tem um grupo do Telegram. Então, também é tô nos grupos. Fique a vontade aí para me chamar. Eu sou extremamente suspeita para falar de comunidade. Eu não falo só por dinheiro, falo porque eu gosto. Então fiquem a vontade para mandar mensagem, tirar dúvidas. Eu realmente eu gosto e me divirto um pouco com os papos, até porque eu acabo aprendendo um pouco mais com uma pessoa ou como passar informação para pessoa do que eu estou passando só conhecimento muitas. Aprendo muito mais com ela.
Wagner Beethoven: Maravilha, então, pode aperriar o rapaz ai que ele tá liberando tudo, então vamos aperriar um bocado. Vitor, queria deixar o espaço aberto aqui para você falar alguma coisa com público, algo que você gostaria de destacar nas suas falas? Algum ponto que não foi perguntado, o espaço é teu!
Vitor David: Eu recomendo muito vocês, atuarem com acessibilidade. Ela vai trazer um background para vocês nível de ser humano, profissional muito grande. Se eu fosse abordar só o lado financeiro, ela vai trazer muito espaço para o negócio da sua empresa. Ela vai trazer muitos outros tipos de benefício, como performance melhor da página, o carregamento melhor. Mas acho que antes dessa parte toda vem, o lado humano. Desde quando eu comecei atuar, mesmo com acessibilidade e eu estive mais aberto a entender pessoas, o que eu comecei a entender de ser humano, o que eu aprendi de pessoas não tem como mensurar. Então, o aprendizado de acessibilidade, ele vai muito além de um conhecimento só técnico, alí. Ele vai estar de muito conhecimento de como você percebe a pessoa do seu lado, como você percebe aquela pessoa que não quis de tá bom dia no trem, no metrô, no ônibus, por que essa pessoa pode estar passando, né? Então, lado acessibilidade ele me trouxe realmente comigo muito além da palavra empatia, que muitas vezes ela se torna rasa, mas realmente entender o que essa pessoa tá passando, o que se passa na cabeça dessa pessoa, qual que é o contexto de vida dela, então a acessibilidade me trouxe muito nesse lado, que foi o lado que me ajudou a melhorar muito como ser humano mesmo.
Wagner Beethoven: Maravilha! Então pessoal, a gente vai fechar aqui nesse episódio. Se você gostou do episódio a partir dos seus amiguinhos, siga o Foco Acessível nas redes sociais, avalie o podcasts nas plataformas de streaming e acesse o site para ter acesso aos links que conversamos aqui e a transcrição de sua conversa. Muito obrigado! E para quem ouviu até aqui. E lembre se acessibilidade cedo ou tarde vai impactar a sua vida. Obrigado.